Por que nossa voz é tão diferente quando gravada? A ciência explica!
Quem, quando ouviu sua voz gravada pela primeira vez, não estranhou e até torceu o nariz pelo que ouviu? Automaticamente nos questionamos: Por que a nossa voz é tão diferente do que ouvimos na gravação?
Vamos primeiro entender o que é som, de acordo com o dicionário Aurélio:
Substantivo masculino.
1. tudo que é captado pelo sentido da audição; ruído, barulho.
2. fís: vibração que se propaga num meio elástico com uma frequência entre 20 e 20.000 Hz, capaz de ser percebida pelo ouvido humano.
E como o ouvido humano percebe esses sons?
A resposta para esse "mistério" está ligada diretamente aos diferentes caminhos que o som percorre para chegar ao ouvido interno. A "culpa" é da nossa cabeça. Ouvidos captam a nossa voz de dois modos: ‘por fora’ e ‘por dentro’ e por isso o som dela nos parece tão diferente do que realmente é.
Voltando à definição de som pela física: vibração que se propaga num meio elástico...
Esse "meio elástico”, no nosso caso, é o ar. Ou seja, o som da nossa voz são vibrações que se propagam pelo ar por alguns metros onde alcançam os ouvidos dos nossos ouvintes e/ou esse microfone que grava o que falamos.
Acontece que o som que geramos quando falamos faz vibrar também a nossa cabeça que funciona como
uma caixa acústica onde se encontra o nosso sistema auditivo que possui três pequenos ossos chamados martelo, bigorna e estribo (o menor osso do corpo humano) – são nomeados assim porque se parecem com os referidos objetos. Esses três ossinhos são responsáveis por receberem as vibrações e tratam de enviá-las para uma estrutura espiral chamada cóclea, que por sua vez as transforma em sinais nervosos que chegam ao cérebro. É assim que sua cabeça distingue cada um dos sons e barulhos do ambiente.
OUVINDO O SOM ‘POR FORA’ E ‘POR DENTRO’
Por fora é quando as vibrações sonoras saem pela boca e entram nos ouvidos. Por dentro, as vibrações da nossa voz viajam pelos ossos do crânio e chegam aos ouvidos. Por isso acontece a tal estranheza, pois quando vibrações atravessam ossos, elas perdem frequência e dão a impressão de ficar mais graves. Por isso a nossa voz gravada parece ser mais aguda do que aquela que você ouve enquanto fala. Se você não gosta da sua voz quando a ouve naquela gravação, pode se conformar, ela é daquele jeito mesmo.
De acordo com Leonardo Fuks, professor de acústica e fisiologia da voz na UFRJ, “quando escutamos a nossa própria voz, o conteúdo mais agudo se projeta mais para frente do que para os lados, ou para onde é captado pelas nossas orelhas. Já o conteúdo mais grave de nossa voz, se projeta de maneira mais homogênea, também para os lados e para trás, por exemplo. Desta forma, as nossas próprias orelhas captam uma voz com "equalização" bem diferente das orelhas dos outros diante de nós, ou de um microfone à nossa frente. Assim, ouvimos nossa própria voz com mais graves e menos agudos do que a maioria dos outros observadores”, explica.
Mas nem tudo está perdido!
Todo locutor quando ouviu pela primeira vez a sua voz gravada, certamente não gostou nem um pouco, mas nem por isso desistiu.
Com o tempo, acostumamos com a nossa voz gravada e essa diferença não nos incomoda mais e até aprendemos a tirar proveito das verdadeiras características do "nosso som".
Boas gravações e faça do seu "som" a voz dos sonhos do seu cliente.
__________________________________________________________________________________________
Fontes consultadas:
http://gq.globo.com/Corpo/noticia/2014/11/voce-odeia-quando-ouve-sua-voz-gravada-ciencia-explica-por-que.html
http://www.megacurioso.com.br/ciencia/36125-por-que-odiamos-ouvir-nossas-vozes-gravadas-.htm