Como é mesmo que se fala? (Parte II)
Dando continuidade à série “Como é mesmo que se fala” (a Parte I você pode conferir aqui), fomos buscar outros erros nossos de cada dia, e não é de se surpreender a infinidade de palavras e expressões que são ditas de forma nada correta e que muita gente não se dá conta dos graves erros que cometem rotineiramente. Para começar, seguem dois erros clássicos:
Subsídio: Quando escutamos uma autoridade pronunciar com o som de Z “subzídio”, talvez isso seja o zumbido provocado pela gafe que é estarrecedora para muitas pessoas. Mas é melhor pensar que muitas pessoas ainda pronunciam assim por equívoco, ou seja, “subzídio” ao invés de “subcídio”. Recapitulando, subsídio é um substantivo masculino que entre os seus significados estão: apoio, recurso, reserva, reforço entre outros.
Inexorável: Implacável, inabalável, austero, reto, rígido. Estes são alguns dos significados atribuídos para esta palavra que é pronunciada também de forma errônea “ineczorável” enquanto a sua pronuncia correta é “inezorável”. Logo abaixo uma aplicação da palavra:
“(...) mas as dores da nossa vontade só chegarão ao santo alívio seguindo esta lei inexorável: a obediência absoluta à soberania incontestável do tempo (...)” (Raduan Nassar - Lavoura Arcaica).
Veja 10 outros erros críticos que encontramos dentro de algumas formulações frasais:
1- “Fazem” cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
2- Para “mim” fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
3- Todos somos “cidadões”. O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres(de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
4- “Entrar dentro”. O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, ganhar grátis, viúva do falecido.
5- Venda “à” prazo. Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
6- Vai assistir “o” jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
7- Preferia ir “do que” ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
8- “Aluga-se” casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
9- Não sabiam “aonde” ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
10- Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
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Fontes consultadas: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/10-palavras-que-muita-gente-pronuncia-errado https://mscamp.wordpress.com/2009/08/23/os-100-erros-mais-comuns-da-lingua-portuguesa/